A espera do barulho impossível
O choque que concede a gravidade
Da colisão de mortos e vivos
As profundezas que se escondem
Nas palavras de um homem
Meses e dias
Em que vejo essa fotografia
O sorriso de cores fortes
Da correnteza quente, conforto de memórias queimadas
Um vasto campo verde
Com o mar sumindo lá no fundo
Até virar luz
Incolor e prateado
A grandeza que conceda
Até a casa lá no alto
Pelo caminho de declives
E pedras solitárias
O mar não ruge
As ondas não arrebentam
O vento não sibila
Sem tempo
Pelo caminho o precipício cresce
Duas nuvens formam um crânio
E a terra abaixo treme
Como um gigante sem coração
A porta aberta
Em sua brancura sonífera
Algumas pessoas sentadas
Olham livros de todos os tipos
E cores
Algumas bebem e conversam
Um excursão de espectros
No centro desta casa
Me correm pelo rosto
As fotografias
Caindo como crianças
Dos quadros nas paredes
Elas salgam minha boca com gostos de tinta
Correm como uma fonte
Por meu queixo
Minhas mãos se apertam
Eu fotografo o mundo entre algo que não posso tocar