In My Head....Or Something...

Tuesday, April 18, 2006

Cela

Há um lugar

Aonde sempre voltamos

Não há como escapar

Nem como evitar


Neste lugar

O teu próprio reino

Um castelo de anos

A espera de sonhos


Deitado

No silêncio do mundo

Em uma confusão sem tempo

Como uma criança

Á esperar as garras do futuro


Você é uma cela

E ninguém consegue entrar

















Como uma criança

Sobre













cela


E ninguém consegue entrar

Não quero ir. Em meio a tudo, vão tirar fotos, como sempre fazem. Fingir um sorriso, celebrar uma invenção vazia. Sim, são amigos, mas isso não me impede de não sentir nada, ás vezes. Hoje eu tava pensando em como a gente esquece até de como ja foi melhor, como ja se sentiu melhor. Porquê carregar esses pesos mortos? Porque se lembrar, e ainda sofrer por isso, mesmo um pouquinho que seja? Ontem eu quase chorei lendo Quintana num bar, os poemas estavam no meio do cardápio. Poesia é vida, mesmo que seja só por um instante. É o triunfo da beleza, sobre aonde não há muito o que extrair. Não me lembro qual foi a última vez que chorei, mas faz muito tempo. É como se eu nao me permitisse. Acho que faz parte do fingimento. Da preparação diária, em casa, antes de sair pra rua, para o silêncio mental, e esse monte de gente. A pessoa se acostuma com as técnicas que se usa pra tentar se apagar menos. Não ajuda muito.

E se nós inventamos alguns desconfortos, alguns temores? Não se sabe. Não se sabe o que passa dentro da própria cabeça. Isso pode ser vir a ser uma estrada a seguir, afinal de contas são provas reais de sentimento, o fato de não se sentir bem. E o resto?