4 : 28
" Acordei as 4 da manha ontem...do nada.Tava sem sono,resolvi ler um pouco.Peguei Pessoa,fazia tempo que não lia ele...e como gosto dele...a clara identificação com aquilo que prende...a consciência que existe algo de errado para além da simples confusão....algo que tenta amaldiçoar...
"Súbita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto
Mas um terror antigo, que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem meneio, sem insulto
E eu sinto minha vida de repente
Presa por uma corda do inconsciente
A Qualquer mão noturna que me guia
Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra,
E em nada existo como a treva fria"
As suas imagens, que evocam das palavras, dão clareza e sustentação para seus sentidos e intenções...ele encontra meios e caminhos para falar sobre algumas coisas tão claramente...
Li e fiquei pensando na cama...aquele turbilhão de coisas que passam na minha cabeça quando começo a pensar mais seriamente...tudo que vem...a lembrança de toda uma vida...o futuro...o quarto escuro...coisa meio automática..e começa a ramificar seus caminhos pra vários outros pensamentos a já sei alguns caminhos pra onde ele vai...me bate um pouco de sono e pensei em escrever.E como acontece isso...em momentos...geralmente á noite,logo quando estou adormecendo, vem algumas idéias mas muitas vezes eu simplesmente não consigo me levantar para pegar uma caneta,papel...e me xingo por essa falta de dedicação burra...
"Sou luz...
preso em mim...
Numa forma...
Onde algo vira mármore...
A luz caçoa de mim...
Do que eu carrego e não largo...
Do que eu permito...
É preciso um corpo...
para que eu sinta meu corpo...
é preciso que a luz vá...
à outra luz...
e com ela para além...
Do frio e do calor...
Da chuva e do vento...
Do olhar do que é...
Em lugares vermelhos...
Cúmplices...
em olhares...
no silêncio"
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